O processo de escolha de um local para morar fora do país pode ser trabalhoso. Ainda mais quando falamos de países com tantas opções como os EUA, em que há desde alternativas mais conhecidas, quanto cidades menos populares e que oferecem muitos benefícios. Sabendo da complexidade que existe neste momento de escolher como e onde morar, o advogado brasileiro e morador dos EUA, Hilton Celer Pereira, preparou algumas informações que podem direcionar estudantes que estão começando a se planejar para estudar inglês e viver uma experiência internacional ou pessoas que querem trabalhar no país. De acordo com dados do Ministério das Relações Exteriores, a estimativa de 2020 era que cerca de 2 milhões de brasileiros já viviam nos EUA.
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O profissional destaca que o foco da pesquisa deve estar de acordo com o perfil e capacidade econômica de cada indivíduo. Além disso, é essencial definir o objetivo e o tempo de duração do curso para que as alternativas, como cidades e escolas disponíveis, sejam avaliadas com os mesmos critérios e com custos específicos para cada uma delas. Lembrando que estudantes com visto F1 não podem trabalhar legalmente nos EUA, exceto na instituição a qual está vinculado ou em situações específicas e autorizadas pelo governo americano. Portanto, esse planejamento de custos reais de cada cidade, curso e duração é essencial para que o aluno possa se programar para o período. Para quem quer trabalhar, há outros vistos disponíveis para imigrantes e que dão a possibilidade de gerar renda no país.
Hilton destaca que ao escolher a cidade, é preciso avaliar o preço dos imóveis, aluguel, qualidade de vida, qualidade das escolas, da saúde e as oportunidades econômicas que a região oferece. Entre as variáveis que podem fazer a diferença, o advogado reforça que o interessado sempre tenha em mente o objetivo principal. “Se a busca for por emprego, São Jose, na Califórnia e Salt Lake City, em Utah, são excelentes escolhas. Se é cultural, São Francisco é uma ótima opção”, conta Hilton. E complementa que se a ajuda a imigrantes for importante, Boston tem uma forte comunidade brasileira com facilidade para abertura de contas, aluguel de casas, etc, além de referências em educação, como Harvard, por exemplo.
Outro ponto importante que o profissional destaca é a preparação educacional antes de ir para os EUA. “É essencial aprender pelo menos o básico de inglês no Brasil, seja por meio de professor particular ou escola de inglês, cursar uma faculdade, etc. Quanto mais preparado, melhores são as chances que o imigrante encontra no país”, explica Pereira.
Definidos o objetivo e planejamento necessário, o passo seguinte exige muita pesquisa e estudo sobre cada região. Há diversos canais de conteúdo, brasileiros e americanos, que listam os melhores estados e cidades para se viver nos EUA e Hilton selecionou um deles para exemplificar as variáveis possíveis. A lista dos melhores estados para viver nos EUA em 2021 foi baseada na economia, segurança, custo de vida, educação, saúde e qualidade de vida em geral. Esse tipo de material oferece informações muito ricas sobre o cenário que o estudante vai encontrar em sua nova cidade, bem como complementos importantes nesse processo de pesquisa. Nesta lista específica, os estados ranqueados foram: 10 – Hawaii, 9 – Virginia, 8 – Nebraska, 7 – Colorado, 6 – Idaho, 5 – Washington, 4 – Minnesota, 3 – Utah, 2 – Massachusetts e 1 – New Hampshire. É possível encontrar diversas outras listas, inclusive com indicação de outras regiões para avaliação. É uma dedicação de tempo que fará toda a diferença.
O advogado que tem ajudado, como voluntário não-remunerado, brasileiros nesse momento de busca de cidade, definição de objetivos e todos os passos necessários envolvidos nessa decisão, é morador de Salt Lake City, capital de Utah, e ressalta que as qualidades da região foram fatores determinantes para sua escolha. O estado tem umas das economias que mais cresce no país, com diversas empresas de tecnologia estruturadas na região, é uma das melhores opções em oportunidades econômicas, tem baixíssima taxa de desemprego, é um dos estados mais seguros para se viver e foi eleito por diversas vezes com um dos melhores sistema de saúde, educação e infraestrutura. É possível encontrar imóveis para alugar em Salt Lake City por valores a partir de U$ 1.400 e na cidade estão algumas das melhores escolas públicas de Utah, como a Corner Canyon High School, por exemplo. Além disso, é a sede da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, com o belíssimo templo de Salt Lake City, do Centro de Conferências com capacidade para 21.000 pessoas e da famosa área temple square.
Massachusetts, que tem alguns dos pontos mais conhecidos dos EUA como sua capital Boston, Harvard University e MIT (Massachusetts Institute of Technology), também é um dos estados mais bem avaliados em segurança, qualidade e expectativa de vida, sistema de saúde e educação, tem a força de trabalho com altos índices de formação acadêmica e uma das maiores rendas familiares do país, com crescimento contínuo de mais de 5% ao ano. Na cidade de Boston, o custo de vida é um pouco mais elevado com imóveis para alugar partindo de U$ 2.500 e com escolas muito bem avaliadas, como o exemplo da Boston Latin High School.
O estado da Flórida, muito conhecido e procurado por brasileiros, também merece destaque entre umas das principais regiões para se morar. Há uma movimentação crescente ocasionada pelo empreendedorismo no local, o que faz com que a economia cresça anualmente e ofereça boas oportunidades. Na Flórida não há imposto de renda estadual, a infraestrutura da cidade é bem avaliada, assim como as escolas e qualidade de ar e da água. Um aluguel na cidade de Sarasota pode custar a partir de U$ 2.000, de acordo com buscas em sites de imóveis como Zillow, e uma das melhores escolas públicas da região é a Pine View School.
Com esse tipo de informação já é possível começar a fazer comparações mais assertivas para decidir onde morar nos EUA. “Planejamento, pesquisa e comparações são essenciais para quem quer morar fora do país. É importante que não se deixe nenhuma das etapas de lado, pois esse momento é crucial e fará toda a diferença no futuro”, finaliza Hilton.