Dados publicados pelo grupo de pesquisa norte-americano Zippia mostram que as mulheres representam 25% da força de trabalho no mercado estadunidense de tatuagem em 2022. Em 2010, elas eram apenas 16% dos profissionais na área nos Estados Unidos, terceiro país mais tatuado do mundo. Apesar de ainda serem minoria, a pesquisa revela que as mulheres são melhor remuneradas do que os homens no setor, ganhando cerca de $1,05 dólares a cada $1 dólar pagos aos homens.
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No Brasil, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2021, as mulheres ocupavam 45% das posições no setor de tattoo. Já em uma das maiores feiras de tatuagem da América Latina, a Tattoo Week, em São Paulo, pelo menos 30% dos 5 mil expositores presentes na 10ª edição do evento, que acontece de 21 a 23 de outubro, no Expo Center Norte, é composto de mulheres. No ano passado, pela primeira vez na história evento, uma mulher levou o troféu de Melhor Tatuagem, prêmio dado à tatuadora mineira Brenda Gomes.
Dona do Studio Gaya, em Vitória, Juliana Ludgero é uma das tatuadoras presentes na Tattoo Week pela primeira vez esse ano. Com uma clientela 95% feminina, ela diz que não basta ter traços delicados para conquistar esse público. “Muitas mulheres preferem ser tatuadas por mulheres por uma questão de segurança, já que é um trabalho que exige intimidade com a cliente”, diz Juliana, profissional na área desde 2016.
O mercado de tatuagem vem crescendo a passos largos nos últimos anos. De acordo com uma pesquisa divulgada pela IBIS World, a indústria norte-americana de tattoo cresceu 23% em 2021, movimentando cerca de $1,4 bilhões de dólares só nos Estados Unidos. No Brasil, o setor superou o resultado mundial, com um crescimento anual de 25%, segundo o Sebrae.
O Brasil ocupa a nona posição entre os países mais tatuados do mundo, atrás da Itália, Suécia, Estados Unidos, Austrália, Argentina, Espanha, Dinamarca e Reino Unido, conforme dados do Instituto Alemão Dalia. “O Brasil tem ótima reputação entre os tatuadores estrangeiros, especialmente as mulheres, por conta do nosso domínio em integrar desenhos com curvas da anatomia feminina”, comenta Juliana Ludgero que, por dois anos consecutivos, participou da Empire State Tattoo, em Nova York. “Ainda há muito para expandir nesse setor e as mulheres estão avançando rapidamente rumo ao topo desse mercado”, afirma.