A agenda ESG está em alta não só no Brasil, mas em todo o mundo. Com o passar do tempo, o interesse no tema só aumenta, apesar de essa ser uma tendência mais acentuada no mercado financeiro.
O conceito de ESG surgiu para metrificar o impacto que as ações de sustentabilidade têm nos resultados de uma empresa. A sigla, que significa meio ambiente, social e governança, surgiu em 2004, em um grupo de trabalho do PRI – Principles for Responsible Investment, rede ligada à ONU que tem o objetivo de convencer investidores sobre a importância de ações sustentáveis.
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“Conforme estudo publicado pela Deloitte e pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), 87% das empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira aumentaram sua preocupação com ESG em 2022”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).
Um estudo realizado pela empresa de tecnologia SAP revela que o número de empresas com boas práticas de ESG na América Latina disparou em 2022. O documento aponta que o número de companhias latino-americanas que iniciaram ou aceleraram estratégias de sustentabilidade nos últimos meses chegou a 69%. Em 2021, o número era de 46%.
O Grupo CPFL Energia evoluiu com sua estratégia ESG e lançou, durante a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27), seu Plano ESG 2030. Esta evolução foi baseada na análise de tendências e dos temas ESG mais relevantes para o setor elétrico, além de ter sido motivada pelo avanço acelerado de práticas, não só internamente, mas no mercado como um todo.
Esta empresa quer ser carbono neutro (a partir de 2025), gerar energia 100% renovável e investir pelo menos R$ 40 milhões em tecnologias de hidrogênio verde. O plano também inclui o compromisso de avaliar 100% dos fornecedores críticos em critérios de sustentabilidade e atingir pelo menos 85% dos gastos com empresas que apresentam práticas avançadas em sustentabilidade.
“Adotar uma política alinhada com as práticas da agenda ESG traz uma série de impactos positivos para os negócios. Empresas que investem em boas práticas de ESG correm menos riscos de problemas jurídicos, fraudes, trabalhistas ou processos por impactos ao meio ambiente. Isso porque fazem sua parte para construir um mundo mais ético, justo e saudável”, pontua Vininha F. Carvalho.
De acordo com o empreendedor Rica Mello, consultor estratégico da McKinsey e Bain & Company antes de criar seus próprios negócios, é possível medir os padrões de ESG com a análise de uma série de indicadores.
Segundo este empreendedor, na parte ambiental, deve-se analisar os níveis de poluição do ar e de água, a gestão hídrica, se é eficiente energeticamente, se desmata ou não, como lida com a gestão de resíduos, entre outros pontos. No âmbito social, é preciso se atentar à diversidade, à questão de gênero nas equipes, se existe comprometimento com direitos humanos e trabalhistas. Além disso, a empresa deve cumprir uma função social com as comunidades em seu entorno e se preocupar com uma série de fatores.
“A parte de governança tem relação direta com transparência e ética, tanto com clientes, quanto internamente. Com isso, fica fácil identificar uma empresa que se compromete com a pauta ESG e ver os avanços que o conceito proporcionou na filosofia da companhia”, finaliza Rica Mello.