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Especialista explica como equilibrar as emoções dos estudantes na volta às aulas

Psicóloga explica a importância dos ritos de passagem nas transições da vida escolar, como as iniciativas de acolhimento do período de volta às aulas, com o objetivo de ajudar na regulação emocional e processamento dos ciclos da vida.

Especialista explica como equilibrar as emoções dos estudantes na volta às aulas
(Foto: Yan Krukrau)

Rever os amigos e colegas, matar a saudade dos professores, retomar projetos extracurriculares, dar mais um passo estratégico rumo ao futuro torna a volta às aulas uma alegria para a maioria dos estudantes.

Acolher os estudantes e celebrar os momentos marcantes como o retorno às aulas pode contribuir com o equilíbrio emocional de crianças e adolescentes. Isso porque o córtex pré-frontal, responsável pela regulação emocional e escolha das opções e estratégias comportamentais, começa a amadurecer a partir dos 3 anos. Contudo, o cérebro só fica completamente desenvolvido por volta dos 25 anos de idade, o que levou à necessidade de apoio em prol da formação e equilíbrio emocional até essa fase.

“Simbolizar os momentos de abertura e fechamento de ciclo contribui com o processamento das emoções, também, nessas fases da vida. Dessa forma, ajudamos o estudante a fazer a despedida das experiências vividas e consolidar o aprendizado daquela etapa. Favorecemos, ainda, a elaboração da insegurança e de outros sentimentos que podem vir a partir da mudança”, comenta a psicóloga Pollyana Vieira e Sousa.

Por tudo isso, o Colégio Magnum Cidade Nova, unidade da Rede Inspira de Educadores localizada em Belo Horizonte (MG), preparou uma série de ações para marcar o reencontro com os alunos. As ações mostram o carinho da escola e vão muito além do aspecto emocional. Congregam uma visão pedagógica e formativa em torno dos ritos de passagem, termo popularizado pelo antropólogo alemão Arnold van Gennep no início do século XX, que caracteriza as celebrações que marcam momentos importantes na vida das pessoas e sua representatividade na sociedade.

Afinal, a vida acadêmica é cercada de ritos de passagem como o primeiro dia de aula e as transições de séries. Outros marcos, como migrar da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, para o Ensino Médio e a formatura marcam o ganho de conhecimento, conquista de autonomia e entrada na vida adulta.

Para Pollyana, que atua no serviço de apoio psicológico aos alunos do Magnum, ao acompanhar os estudantes em seus ciclos, com celebrações e ações pedagógicas formativas, a escola expande a consciência e a percepção do aluno quanto as habilidades desenvolvidas na série anterior e evidencia as novas possibilidades que ele irá acessar na série seguinte. “O ritual contribui para a clareza do processo da vida: acolhe as emoções desafiadoras dos momentos vividos para abrir espaço de uma forma mais leve para o ciclo que será iniciado”, reforça a especialista.

Ela observa que esse processo é ainda mais relevante para as crianças que, por estarem no início da jornada de evolução emocional fisiológica, precisam vivenciar as situações no campo da experimentação, isto é, de forma mais concreta. “Percebemos que após os ritos elas ficam mais motivadas e com mais esperança para o que está por vir”, acrescenta Pollyana.

Transição de séries e seus desafios

Estar atendo as diversas transições das crianças e jovens deve fazer parte do cotidiano formativo na jornada estudantil. Afinal, a mudança de rotina pode parecer desafiadora durante a evolução estudantil. Por exemplo, os alunos da Educação Infantil passam por grandes mudanças quando chegam ao primeiro ano do Ensino Fundamental. Uma delas é a disposição das mesas. Enquanto nos primeiros anos escolares elas são colocadas em grupos, a partir do 1º Ano, os alunos trabalham em duplas. Essa estratégia empregada no Colégio Magnum Cidade Nova permite uma colaboração entre pares. Assim, o aluno continua tendo o apoio do professor e da turma, mas trabalha de forma mais próxima a outro colega.

A cada fase os alunos se deparam ainda com novas responsabilidades, expectativas e com mais autonomia. Por isso os professores planejam propostas que favorecem a adaptação de uma maneira leve. “O tempo e o ritmo dos alunos são respeitados e as famílias acolhidas e orientadas, para que possam favorecer a adaptação”, revela Lana Medeiros, coordenadora de Formação do 2º ao 5º Ano do Ensino Fundamental.

No Colégio Magnum o simbolismo e o ritual desses momentos são evidenciados até nas golas do uniforme que identificam os alunos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Enquanto a golinha vermelha indica os alunos mais novos, que possuem a necessidade de uma maior observação pelos educadores, a golinha azul representa para os alunos uma maior autonomia e independência dentro do Colégio. Por isso tal simbolismo significa uma conquista para os alunos que mudam de uniforme. Sentem-se realizados ao concluir uma etapa.

Outras atividades favorecem o autoconhecimento. É o caso da capsula do tempo, quando os alunos são convidados a escrever uma carta para si mesmos para reler 3 ou 10 anos depois em companhia da turma em fases de transição entre Ensino Fundamental e Médio. No reencontro consigo mesmos, os estudantes valorizam a trajetória percorrida e evidenciam seu amadurecimento.

Além dos eventos que marcam os rituais, o Colégio Magnum Cidade Nova aposta em outras formas de integração e apoio. Nesse sentido, o trabalho de parceria entre escola, família e aluno busca fortalecer o vínculo escolar e desenvolver habilidades socioemocionais tais como perseverança e resiliência, além de colaboração, necessárias durante as transições e para toda a jornada escolar, profissional e pessoal.

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