Preso pela Polícia Federal durante a operação que investiga supostas fraudes nos certificados de vacinação contra a Covid-19, o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros, de 61 anos, foi expulso do Exército em 2006 devido a uma série de polêmicas na época em que era capitão. São casos de tentativa de abuso sexual, atropelamento,
desacato e intimidação. Ele também chegou a ser preso em várias ocasiões.
Nascido em Alegrete, a 491 km de Porto Alegre (RS), Ailton se mudou para o Rio de Janeiro ainda na infância. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na eleição de 2022, Ailton declarou patrimônio de R$ 388 mil. Ele foi candidato a deputado estadual pelo PL, e passou a se apresentar como o “01 de Bolsonaro”.
Antes de ter o nome ligado às fraudes em cartões de vacina e conspiração contra o Estado, o ex-paraquedista do Exército teve o nome citado em uma série de processos no Superior Tribunal Militar (STM) e foi preso pelo menos sete vezes, entre 1997 e 2006, quando foi expulso.
Em 1997, quando servia como capitão em Natal (RN), Ailton foi punido por ter “traído a confiança de seu comandante” ao permitir o acesso de civis ao acampamento militar e a uma viatura. No mesmo processo, ele foi acusado de ter tentado abusar sexualmente de uma mulher na área do Exército.
Dois anos depois, em 1999, quando servia no Centro de Instrução Paraquedista General Penha (RJ), Ailton se envolveu em uma confusão com um soldado. Segundo o processo do STM, após uma briga ele agrediu e atropelou o militar do Exército de propósito. Em seguida, fugiu do local. O soldado atingido ficou gravemente ferido.
Outra ocorrência envolvendo um soldado da Polícia do Exército foi registrada em 2001, também no Rio de Janeiro, quando Ailton desacatou e intimidou o policial que fazia patrulhamento de trânsito. O processo ainda diz que Ailton “faltou com a verdade” em depoimento a respeito da ocorrência, além de ter tentado usar ilegalmente um carimbo do Exército para dar características de documento oficial a uma correspondência pessoal.
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As últimas punições de Barros antes de ser expulso aconteceram em 2002, por ter concedido entrevista à imprensa sem autorização. À TV Educativa, ele criticou a Polícia do Exército em um programa que discutia racismo dentro da instituição.
No mesmo ano, ele foi punido por ter dado duas entrevistas ao Jornal do Brasil em que atacava autoridades do Exército. No processo que decidiu pela expulsão do ex-militar, os ministros do STM consideraram o episódio como “altamente censurável, inconcebível e intolerável”.
Logo em seguida, ele ainda respondeu por ter feito campanha eleitoral e distribuído panfletos com críticas ao Exército na Vila Militar. Quando foi abordado, Ailton se exaltou e se recusou a se identificar. Naquele ano, ele tentou se eleger deputado estadual, mas não foi eleito.
Fonte: R7.COM